domingo, 16 de outubro de 2011

trigésimo capítulo

- Sim amor?
- O que é que estás a fazer?
- A tentar termos mais privacidade. - ele fecha a porta à chave.
- Privacidade para quê? - afastas-te dele.
- Eu mostro-te, não tenhas medo.

Ele agarrou-te, beijou-te lentamente, tentou tirar-te a blusa, mas tu afastaste-o:

- O QUE PENSAS QUE ESTAS A FAZER?
- Eu amo-te Márcia, quero ficar contigo para sempre. - ele agarra-te e tenta beijar-te.
- NÃO RAFAEL!
- Porque não?
- Porque não estou preparada! Deixa-me!
- Eu não te queria fazer mal, apenas...
- Apenas sai do quarto, quero ficar sozinha... - começas a chorar.
- Desculpa, eu não te quero forçar... Mas eu quero-te, quero-te como nunca tive ninguém, eu quero estar contigo para sempre. 
- Rafael, não o quero fazer... Não me quero sentir obrigada a nada...
- Eu respeito-te, senão queres eu não te obrigo. Eu espero por ti, o tempo que for preciso.
 
Ele abraçou-te e começas-te a chorar ainda mais.
 
- Márcia não chores, esta tudo bem. Não vai acontecer nada.
- Quero ficar um bocado sozinha.
- Se precisares de alguma coisa diz, estou lá em baixo.
 
Puses-te no computador, We Cry, The script. Esta música conta a história de uma rapariga chamada Jenny, com apenas 14 anos que ficou gravida, de um rapaz que parece ser "drogado". A pequena vivia num mundo rico, mas agora têm um filho com apenas 14 anos. Gostas do Danny e das suas músicas, porque ele entregasse, transmite tudo o que é seu. Foste até a janela, vis-te o Rafael a falar com o Francisco, nas espreguiçadeiras. Não conseguias ouvir nada, mas sentias que ele estava magoado.
 
- O que se passa mano? - perguntou o Francisco ao Rafael.
- Ainda não contei a Márcia que tenho ir embora amanhã.
- Ela esta a pensar que ficas quanto tempo?
- Duas semanas, mais ou menos...
- Só tens de falar com ela, vai compreender de certeza.
- Oh mano, estraguei tudo! Nem sabes. - por mais incrivel que pareça o Rafael começou a chorar.
- Calma Rafael. O que se passou?
- Vou me embora e não sei quando a volto a ver. Tentei avançar e ela afastou-me.
- Mas vocês já não? - fez cara de espantado.
- Não, e não a vou obrigar a fazer uma cena marada que não quer. Vou esperar...
- Desculpa mano não sabia...
 
Vis-te o Rafael a chorar, desces-te, ouvis-te a Joana a chamar por ti mas deixas-te a falar sozinha, foste até ao jardim, o Francisco foi para dentro.
 
- Desculpa Rafael, não te queria magoar...
- Não tens de pedir desculpa, eu aceito a tua decisão.
- Não te quero perder! E quanto ao que se passou... - abraçaste-o com tanta força.
- Não te quero ver a chorar Márcia, e não precisamos de falar mais sobre isso.
- Eu aguento, sou forte.
- Então preciso de te dizer um coisa.
- Diz bebé. - sentas-te numa espreguiçadeira.
- O mister ligou, estivemos a falar, e depois de amanhã tenho um jogo muito importante. Amanhã tenho de apanhar um avião para a Madeira.
- Não podes faltar? Só a esse? - deixas cair uma lagrima.
- Não amor, ele disse que a minha presença é muito importante. Márcia, estas a chorar! Não foi isso que te disse.
- Isto passa. Vou ter muitas saudades tuas... Foi muito bom estar contigo. - levantas-te, deu-te um beijo leve, mete o braço por cima do teu ombro e vão para dentro.
 
Viram um pouco de televisão. Os vossos pais chegaram uma hora depois. Foste te deitar, o dia tinha sido bastante grande.
 
- O Francisco contou-me o que se passou. Tens o meu apoio princesa, dorme bem.
- Até amanhã Joana, amo-te.

vigésimo nono capítulo

Deviam ser umas 10 e meia da manhã quando o teu pai foi acordar o andar de cima, tinha de verificar senão houve nenhuma troca de quartos. Nunca se sabe o que 2 casais de adolescentes podem fazer durante a noite. Acordou vos. Vestis-te uns calções azuis e uma camisa simples com umas rendinhas giras. Quando estavas a sair do quarto, o Rafael saiu da casa de banho do 1º andar:

- Estás mesmo linda. - sussurou-te enquanto te abraçava.
- E tu... estás de toalha...
- Vou agora vestir-me princesa, já desço para comer qualquer coisa.

Os pais da Joana foram trabalhar logo de manhã. O teu pai só vai á tarde, por causa do Tomazito.

- Bom dia.
- Bom dia meu amor. - disse a tua mãe.
- Onde andam os outros?
- A Joana e o Francisco foram até ao jardim, namorar um bocadinho, e o teu pai está no quarto a tentar adormecer o Tomás. Vis-te o Rafael?
- Acho que se foi vestir. - sentaste-te ao lado da tua mãe.
- O que vão fazer hoje?
- Ainda não temos planos nenhuns mami.

O Rafael desce e dá-te um beijo na bochecha por respeito a tua mãe:

- Então como estão as meninas?
- Estamos muito bem. - respondeu a tua mãe. - Rafael, o que achas de irem hoje à praia?
- Por mim tudo bem... O que achas Márcia?
- Está imenso calor, eu alinho, mas... Ficas bem sozinha com o Tomás? Se quiseres ficamos aqui em casa e vamos para a piscina.
- Vou dormir um bocadinho com o Tomás, ficamos bem. Vão se despachar que o pai levavos antes de ir para o trabalho.
- Almoçamos em casa?
- Eu dou-vos dinheiro, assim almoçam e comem um gelado também, mas nada de ir para a água depois de comer. Já sabem as regras!
- Não mãe! - tu e o Rafael dizeram e começaram-se a rir. - Vou vestir um bikini. Rafael, podes ir avisa-los?
- Claro, deixa-me só acabar o sumo. - meteu o copo à boca e foi até ao jardim.

Subis-te e pusseste-te a escolher um bikini.

- Tanto tempo para escolher um bikini menina Márcia? Isso é tudo para o Rafael?
- Deixa de ser parva. Vis-te o meu bikini castanho Joana?
- Por acaso não. Levo o azul ou o verde?
- O azul favorece-te mais amor.
- Bigada coisa mais linda do mundo...
- Então e isso é tudo para o Francisco? - começas-te a rir e atiras lhe o bikini azul.
- Ahahah, claro que sim... - corou por completo.

Passou mais ou menos meia hora, e estavam todos lá em baixo. A tua mãe pega numa nota de 50 euros e dá-te, achas-te um exagero, mas ela disse-te para não gastares todo que vão precisar mais tarde. O teu pai levou-vos até a praia mais proxima porque entrava ao serviço dentro de 10 minutos. Mal chegaram lá, o Francisco e o Rafael foram logo a água. Vieram até vocês:

- Márcia! - o Rafael chamou-te.
- Diz...
- Anda cá... - ele estava todo molhado e abraçou-te.
- Estás gelado Rafael! - gritas-te!
- Queres ir ver como está a água?
- NÃO, NÃO! - ele pegou-te ao colo e levou-te para dentro de água.
- Não custo nada amor. 
- Custou sim e ainda está a custar.
- Anda cá que eu aqueço-te. - puxou-te e ficou a olhar para ti. os olhos dele chamavam por ti. estava a espera que o beijases. - Tenho de mesmo de te beijar?
- Não sei... Diz-me tu... - ele agarrou-te e beijou-te, soube tão bem que parece ter durado uma internidade.

Ficou tarde, o pai da Joana foi buscar vos, mas deixou vos à porta de casa:

- Têm um recado em cima da mesa de jantar.
- E tu não vens? - perguntou a Joana?
- Não... Portem-se bem...
- Adeus... - disseram vocês os 4.

Abris-te a porta de casa, pousas-te a mala em cima do sofá e foste até a mesa de jantar. Estava uma nota de 10 euros e um pequeno papel, com alguma coisa escrita.

"Fomos jantar fora, espero que tenham guardado algum do outro dinheiro que vos dei à hora de almoço. Pus mais 10 euros, podia faltar. Peguem no telemóvel e incomendem uma pizza. Não tardamos, tenham juizo. Beijos."

- Joana? Joana?
- Diz Márcia!
- Parece que vamos jantar sozinhos hoje. Disseram para incomendarmos uma pizza.
- Eu ligo. - o Rafael pega no telemóvel e incomendou duas pizzas Hot Pepperoni familiares.

Foste até ao rádio, e escolheste um dos teus cds maravilha, e saiu-te, os fantásticos, os maiores, os magnificos, Red Hot Chili Peppers, escolheste The Adventures of Rain Dance Maggie e logo bem de seguida, Tell Me Baby.

- Hoje quero te fazer uma surpresa. - o Rafael sorriu-te e foi até a cozinha...
- O que será? - perguntou a Joana, bastante curiosa.
- Vamos esperar que o tempo o diga. - sorris-te para a Joana e foste até a casa de banho, tomar um duche rápido.

Quando desces-te, as pizzas já estavam em cima da mesa.

- Agora que a minha princesa já chegou, podemos comer. - o Rafael, abriu uma caixa e tirou uma fatia.
- Estou com uma fome.
- Francisco, meu amor, senão tivesses é que eu me admirava. - a Joana foi um bocado mazinha com o Francisco mas até teve piada.

Jantaram, divertiram-se... Subis-te para ir lavar os dentes.

- Ficam cá em baixo?
- Acho que sim... - a Joana foi-se sentar com o Francisco no sofá.
- Então vou ter com a Márcia. - subiu e foi ter contigo ao quarto.

sábado, 15 de outubro de 2011

vigésimo oitavo capítulo

Chegaram a casa, despediste-te de todos e foste dormir. Deviam ser umas 3 da manhã, desces-te e foste beber um copo de leite. Ouves alguém descer as escadas, olhas para trás para ver quem era. Era o Rafael, estava com uns calções, mas sem blusa. Desvias-te o olhar, e esperas-te que ele viesse ter contigo, deu-te um beijo na testa e foi beber um pouco de água. Encostou-se a bancada:

- A minha vida não podia estar melhor. - afastaste-te para meter o copo dentro do lava-loiças.
- O que está a acontecer é fantástico, estar aqui contigo é fantástico, o Tomás é fantástico. - abaixas a cabeça e vais até junto dele. - O que se passa Márcia? Não estás a gostar de estar comigo?
- Não é nada disso Rafael! Eu gosto de ti! Estar contigo é muito bom, acredita, mas...
- Que "mas" é esse?
- Anda... - agarraste-lhe na mão e levaste-o até as escadas. - Senta-te... Já reparas-te, tipo, o nosso amor é tão bonito, já reparas-te nos kilometros que nos separam? Quantas raparigas devem andar atrás de ti? Tu és lindo, vais ter uma carreira no futebol, quem é que não gosta de ti Rafael?
- Márcia, sei que não é isso que te preocupa neste momento, explica-me o que se passa. - o Rafael tinha percebido que estavas a tentar mudar de assunto.
- Rafael... Bem isto é dificil... Há mais ou menos dois meses foi sair com a Joana e com o Francisco, e andava um rapaz atrás de mim... - o Rafael fez cara de esconfiado mas deixou-te continuar. - Por o que me contaram, ele...
- Aproveitou-se de ti? - pergutou fazendo uma cara triste e baixando a cabeça.
- Não, eu não deixei. Foi pior...
- O que é que ele te fez Márcia? Bateu-te?
- Não Rafael, ele drogou-me, porque eu não lhe estava a ligar nenhuma, e ele queria algo comigo. - disseste muito depressa, para o acalmares logo de seguida.
- Ele fez o quê? Quem é o gajo Márcia? - disse quase gritando.
- Fala baixo, ainda acordamos alguém...
- Diz-me quem foi o otário que te fez isso Márcia, eu parto-o ao meio! 
- Chama-se Miguel, e não lhe vais fazer nada Rafael, nem um pequeno arranhão. 
- Oh Márcia ele drogou-te sabe se lá, para fazer o que e tu não me deixas dar cabo dele?
- Não Rafael, porque sabes muito bem que não gosto de violencia, e mesmo apesar de ele me ter feito isto, não quero aleija-lo. Pelo menos agora, porque no dia a seguir queria dar-lhe um par de estalos, mas o Tomás ia nascer e a minha cabeça concentrou-se nele e apenas dele. 
- És maravilhosa, as pessoas podem fazer-te tanto mal, mas tu nem ligas. Parece que tens um mundo só teu. - beijou-te intensamente, até que o Francisco começa a descer as escadas, e quando reparou que estavam ali, tossiu.
- Bem meninos, acho que deviam ir para a caminha. Já são quase 4 da manhã.
- Acho que é o que vamos fazer. - Olhas-te para o Rafael, subiram as escadas e deixaram o Francisco a falar sozinho.
- Não queria dizer que não queria que me fizesem compa... Esta juventude... Enfim... Sou tão estúpido... Sou igualzinho com a Joana... Ahah... Agora estou aqui a falar sozinho... Estúpio Francisco...

Estavas a abrir a porta do quarto quando o Rafael agarra-te pela cintura:

- Onde vais, sem ti despedir de mim?
- Estava a pensar em ir me deitar... - interrompeu-te, agarrou-te e beijou-te, com tanta força, que podias sentir o seu corpo, bem junto do teu.
- Até amanhã amor. - piscou-te o olho e entrou dentro do quarto cinzento.

Abris-te a porta, encostas-te, e fechas-te os olhos durante alguns segundos:

- O beijo foi assim tão bom? - perguntou a Joana.
- AHHHHHHHHHH... - gritas-te ao mesmo tempo que tapavas a tua própria boca.
- Chiu, fala baixo, ainda acordas toda a gente. - não foi toda a gente, foi apenas o Tomás, que quando chora, apesar de ser raro, faz questão de acordar todos os outros.
- Oh não.
- Vem te deitar e não faças mais barulho.
- É melhor, senão ainda acontece alguma coisa pior. - deste-lhe um beijinho e deitaste-te. - Até amanhã, melhor amiga do mundo.
- Até amanhã amor da minha vida.

sábado, 8 de outubro de 2011

vigésimo setimo capítulo

Durante a missa não conseguis-te parar de chorar, foram umas lagrimas muito boas, estavas muito feliz por o Tomázito estar a ser batizado. O copo d'água foi num restaurante muito bem parecido, os pais do Francisco eram donos do "The Glory of Earth", e de todo o resto do império que consitui-a a impresa do sr. Geraldo. O restaurante abriu apenas para a festa do Tomás, estavam 30 mesas montadas, de branco e amarelo torrado, uma jarra no meio de cada mesa, com arranjos coloridos, 6 cadeiras em cada mesa, 7 empregados de mesa, 5 de bar. O jardim era lindo, tal como o da vossa espantosa casa. A ementa tinhas sido tu e a tua mãe a escolher, para o primeiro prato tinham escolhido uma simples Sopa Rica de Mariscos, que ficas-te a adorar desde que foste a Moçambique passar férias, Fettuccini com Ervas de cozinha italiana, Shiitake de origem japonesa ou as famosas Gambas em Leite de Côco indianas que a tia teresa sabe fazer melhor que ninguém, para segundo prato podia ser qualquer uma destas iguarias. Para a sobremesa, tinham mil e uma coisas, uma mesa gigantesca só com doces, tortas, semi-frios... Bavaroise de Framboesa, Gelado de Abacaxi, Bolo de Alperce, Bolo de Abobora com Nozes, Bolo Chiffon de Chocolate,Tarte de Cacau e Limão, Babuska, Camafeus... Isto tudo tirando os aperitivos, o presunto, o queijo, o pão de alho... Bem, a verdade é que estava tudo delicioso. Depois de almoçares, foste dar uma volta com o Rafael, a Joana, Francisco e o Afonso tal como nos bons e velhos tempos, e com o Afonso a teu lado ainda melhor podia ser. A Joana reparou que tinham muito para falar, agarrou nos dois meninos e deixou vos a sós. O Rafael sentou-se num banco, puxou-te para cima dele, e sentou-te no seu colo:
 
- Então princesa? Conta-me tudo o que se tem passado.
- Alguma coisa em especial meu amor?
- Os rapazes! Como se tem eles portado? - Perguntou muito objetivo.
- Calmos totó, eu só gosto de ti, já devias saber isso! - Beijaste-o para ele perceber que era o único que tinha o teu coração. - Então e as meninas?
- TU SABES QUE PARA MIM SÓ EXISTE UMA RAPARIGA NO MUNDO! - Respondeu irritado.
- Quem é a sortuda? - Perguntas-te a rir.
- Não te faças de desentendida Márcia! - O Rafael continuava o mesmo rapaz que conheces-te a 13 anos.
- Cada vez te amo mais Rafael, era capaz de ficar assim contigo, para sempre.
- Mesmo? - Ele mexeu-te no cabelo suavemente.
- Sim mesmo! Nunca senti isto por ninguém, e acredita que estares longe de mim é muito mau.
- Mas agora estou aqui, quero ficar contigo e aproveitar...
 
A conversa continuou. Mais a tarde, a tua mãe por surpresa contratou o dono do teu restaurante preferido de Kebabs, para o lanche, e não, não é uma brincadeira, o lanche foi uns belos Kebabs. Depois de comeres, foste dar uma volta sozinha com o pequeno Tomás, amas-o com tudo o que tens e és capaz de fazeres milagres para o ouvires rir. No final da noite, a Joana veio-te com uma conversa que estavas desejando de não ouvir:
 
- AMOR, AMOR... - Gritou a Joana.
- Diz Joana... - Estavas com um ar muito cansado.
- Sabes que só falta uma semana para o concerto do Justin? - Ficou com um sorriso estúpido nos lábios, que não entendias.
- Claro que sei, não me podia esquecer. - Dizes-te a sorrir, mas na tua cabeça estavas a pensar assim, NÃOOO, NÃOOOO, NÃO PODE SERR, NÃO QUERO, NÃO QUERO, NÃO QUERO, POR FAVOR...

Foram para casa. O Rafael aceitou ficar na tua casa, os teus pais decidiram que ele ia ficar no quarto do Francisco.

sábado, 17 de setembro de 2011

vigésimo sexto capítulo

A Joana ficou muito feliz com a novidade, já o Rafael, não respondeu. O teu sentimento é tão esquisito, é um felicidade inacabavel mas ao mesmo tempo, é uma tristeza profunda que vai passando dia após dia. A tua mãe tem de ficar 3 dias no hospital com o teu mano lindo. Em casa tu e a Joana tem de ajudar a tia Teresa, ela não vai dar conta de tudo sozinha.  


Passou um mês e meio, estas de férias, a tua turma transitou toda, e o Afonso. Hoje, é o dia do baptizado do Tomás. Estavas com um vestido azul turquesa, cai cai, uns saltos que não eram pequenos mas também não eram exagerados. A Joana tinha um vestido branco, com umas alças largas, rodado, parecia uma princesa. O Francisco falou com o pai da Joana, disse-lhe tudo o que sentia e honestamente, o pai da Joana falou com o senhor Geraldo a contar o sucedido. Os dois aprovaram e agora podem ser felizes, mas claro que tem as suas regras, e refiro a parte em que não há trocas de quartos de noite, eles quiseram salientar isso. 


Estavas em frente à igreja, quando um carro preto com os vidros fumados pará mesmo à tua frente. Abrem a porta, era o Rafael. 


- Rafael? - gritas-te a correr para os seus braços, as lágrimas escorriante pela cara.
- Oh Márcia que saudades! - beijou-te intensamente.
- Abraça-me amor... - não conseguias dizer nada, estavas em choque. - Rafael...
- A tua mãe disse-me que hoje era o batizo do Tomás, tinha de vir e como estou de férias...
- Não digas mais nada, vamos aproveitar! - dizes-te agarrando-lhe na mão.
- Não Márcia, ouve-me.
- Diz-me rápido. - fizeste aquela cara de beicinho. 
- Vou ficar uns dias em Lisboa, o Sr. Pacheco dispensou-me.
- Não acredito Rafael! - abraçaste-o com uma felicidade imensa. 
- Vamos dar uma volta, quero estar contigo todos os minutos que estiver aqui. 
- E vais estar Rafael! Preciso de te apresentar uma pessoa amor.
- Tratamos disso mais tarde, vamos. 


Como ainda faltava algum tempo para a missa, foram até um jardim perto dali, sentaram-se num banco. Ao fim de meia hora, o Afonso mandou-te mensagem a dizer que a missa começava dentro de 10 minutos.


- Quem é princesa? - perguntou-te o Rafael.
- O Afonso amor, a dizer que a missa começa dentro de 10 minutos. Temos de ir andando.
- E quem é o Afonso?
- É o meu melhor amigo, tentei explicar-te à bocado. Vais conhece-lo agora.
- Se gostas dele, eu fico feliz por a vossa amizade. Vamos embora que eu ainda não vi o pequeno Tomás. 
- Ele é lindo, nem sabes. - levantaste-te e começas-te a caminhar, mas o Rafael veio por trás de ti, agarrou-te pela cintura, virou-te e agarrou-te com força. 
- Márcia, eu amo-te. - ele beijou-te com todo o seu amor.
- Eu amo-te mais, acredita. - riste-te e tentas-te escapar dos seus braços.
- Só mais uns beijinhos. 
- Rafael temos de ir! - beijaste-o e começas-te a correr para a igreja.


Sentis-te que os velhos tempos tinham voltado. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

vigésimo quinto capítulo

Passaram mais ou menos 2 horas, devia ser 13:30, uma enfermeira chegou perto de ti, e perguntou senão querias ir ter com o teu pai, que estava num quarto.


- Eu quero apenas uma coisa.
- Queres uma sopinha ou umas bolachinhas amor? - perguntou a enfermeira.
- Não! Eu quero que o meu pai assista ao parto.
- Oh minha querida claro que sim, o teu pai já tinha pedido isso, e nós aprovamos. Mas agora vem comigo descansar que depois eu aviso o teu pai. 


Seguiste a enfermeira até ao quarto. Mas mal entras-te o médico veio a correr atrás de ti e disse ao teu pai:


- É agora!


O teu pai foi a correr atrás do médico, que devia ir fazer o parto, foi o que pensas-te quando o vis-te com uma bata verde. Sinceramente nunca gostas-te de médicos, quando eras pequenina as agulhas metiam-te medo. este momento de emoção pôs-te a pensar em toda a tua infância, todos os momentos especiais... Conheces a Joana desde sempre, o Francisco e o Rafael também, e do Rafael, nem queres pensar. Sempre foi o teu grande amor, e agora o que podes fazer? Nada, tu tens saudades do seu abraço, do seu beijo, das palavras carinhosas que ouvias todos os dias. Tu amas o Rafael como nunca amas-te ninguém, e pode parecer estúpido mas não o trocarias por ninguém mesmo com muitos quilómetros de distancia a separar vos. Só precisas de ser resistente e forte, amor não falta nem muito menos confiança. Quando precisas de confiança, pensas na pessoa que mais te inspira, Danny O'donoghue, o Danny pra ti é muito importante, não queres exagerar mas é tipo o Justin Bieber para a Joana, Danny, Danny, não te fartas, naturalmente sai-te uma ou duas palavras da boca:

- who can't be moved, não é assim... going back to the corner where...  I first saw you, going back to the corner where I first saw you... gonna camp in my sleeping bag, I'm not gonna move, got some words on cardboard, got your picture in my hand, saying if you see this girl can you tell her where I am...


Quando deste por ti, estavas a cantar o refrão de uma das músicas dos The Script no hospital. Estavas emocionada, bastante emocionada, porém fez-te muito bem o teres feito. Rezas-te durante algum tempo, não foi muito, mas foi considerável. A enfermeira bate a porta:


- Márcia, queres vir ver o teu irmão?
- Sim quero. - limpas-te as lágrimas.


Foi estranho estares num hospital, a caminhar num corredor, para ir ver o teu irmão que tinha acabado de nascer. 


- Enfermeira?
- Sim princesa?
- Já sabe como se chama o meu menino?
- Chama-se Tomás, tem 3.345 kg. Vais ser uma irmã muito babada! 


Sorris-te e pegas-te no telemóvel, mandas-te uma mensagem para a Joana e para o Rafael: "Já nasceu o meu Tomás, 3.345kg, é perfeito".

vigésimo quarto capítulo

Foste-te vestir, estavas alterada e disposta a fazer uma asneira. Despachaste-te em 5 minutos, a Joana e o Francisco estavam a tua espera lá em baixo. Pedis-te ao teu pai para vos levar. Estavam perto do Campo Grande quando a tia Teresa liga para o teu pai, ele mandou-te atender:


- Sim tia?
- Márcia? - perguntou com uma voz aterrorizante. 
- Está tudo bem? 
- Venham já para casa, rebentaram as águas da tua mãe, até já.


Desligas-te o telemóvel e olhas-te para o teu pai surpresa, ele perguntou-te:


- O que foi Márcia?
- Vai nascer! - disses-te muito rápido.


O teu pai ficou a olhar para ti e ao fim de uns segundos, soltou um sorriso e perguntou:


- Vai mesmo nascer?
- Sim pai vai, vamos para casa buscar a mãe e vamos para o hospital!


O teu pai deu uma volta ao jardim e voltou para casa. A tua mãe estava muito contente mas o teu pai nem se aguentava, estava tão nervoso. A viagem demorou uma eternidade, ou pelo menos parecia ter demorado! Quando chegaram estavas bastante preocupada e começas-te a gritar com uma enfermeira:

- Traga se faz favor uma cadeira de rodas, não vê que a minha mãe esta quase a ter uma criança? - A tua mãe apertou-te a mão e disse: Calma Márcia, esta tudo bem. 


Veio logo um médico assistir a tua mãe, e disse que não podias ir lá para dentro. Sentis-te mal, pois não sabias o que iria acontecer.